segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Profiteroles

eu estava deitada na cama comendo pizza adormecida, bebendo coca sem gás e vendo um programa muito ruim de comédia. sábado, eu completamente abandonada. só conseguia pensar em como a diversão dos meus amigos podia dar errado e eles podiam ir pra casa cedo e ficar assistindo ao mesmo programa que eu, mas sem a pizza e sem a coca. pensei em pedir uns profiteroles por telefone, mas não sei de nenhum lugar aqui nesse fim de mundo que entregue profiteroles. aliás, não sei de lugar nenhum que venda profiteroles. o que é uma pena, profiteroles for life.

fiquei lá na minha cama e por lá fui ficando. pensei um monte de besteira, pensei em gente morta, pensei em matar gente, cortar meu cabelo, levar o carro na oficina pra fazer aquela revisão dos vinte mil que eu devia ter feito quando ele tava nos trinta mil, enfim. pensei. e pensei nele também, aquele ser humano todo grande, de mãos imensas que pegam em mim toda de uma só vez. pensei na última vez que ele teve por aqui, me trouxe uns profiteroles e a gente fez sexo selvagem e lambuzado e ele com aquela língua imensa e as mãos imensas e ele todo imenso. ah. ele tinha sumido, tava com a namorada, pensei na namorada e só de pensar já me sentir pior, então preferi não pensar. fingi dar uma gargalhada de uma piada deveras sem-graça, comédia de sábado à noite, você sabe bem como é.

ele me ligou. deixei o telefone tocar umas quatro, cinco vezes. achei que ele fosse desistir, mas ele não desistiu, ele devia ter desistido de mim já fazia uns cinco anos, mas ele continuava. se ele tivesse desistido eu também desistia. resolvi atender. ele falou umas sessenta palavras em média, das quais filtrei cinco que eram realmente importantes: quero teu cheiro, porra. saudade. eu respondi: ié, babe - que é tudo que ando dizendo por agora. ele riu e falou mais umas setenta palavras sem profundidade alguma, das quais filtrei apenas as últimas: tou indo pra tua casa. antes de desligar, falei: me traz uns profiteroles. ele riu e disse: te levo outra coisa, babe.

joga pizza fora, coca sem gás pelo ralo da pia, toma banho e de repente, não mais que de repente, o sábado sem-graça se enche de glamour. ele vem. borrifa perfume no travesseiro, senta e ri feito idiota, se olha no espelho: tu não é mais adolescente, porra. controla o batimento cardíaco, não dê tão na cara, ele vai perceber. que perceba, foda-se. calcinha sexy rasgada, oh dog, a vida é ingrata e cruel. calcinha branca de algodão, ele gosta, ele gosta de mim toda e de tudo em mim. e o carro para na frente da casa e eu abro a porta de calcinha e blusa de alcinha e ele vem me comendo toda e a gente faz sexo no corredor.

sexo no corredor for life. esqueçam os profiteroles.

6 comentários:

Desirée Galeotti disse...

Urruuuuuuuul..

Tu é fodona Dani.
Beijosss safadona.

Dany Lynn disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dany Lynn disse...

Depos de chorrar horrores com 'Canção Desesperada', dou excelentes gargalhadas com 'Profiteroles'.
Depois que essa pneumonia me largar eu vou pedir profiteroles;
E como vou
hahaahuahauahaua

Daniela Andrade disse...

hahahaha
às vezes eu não acredito nesse post. sério mesmo.

Dany Lynn disse...

ahhhh....mas eu amei ele....
putz da uma vontade de pedir profiteroles...mas torncendo que eles naum façam a difernça.
alias o corredor é algo que me fascina...e todo o resto tb
hahahahahahha

é ai que lembro o qto viver é gostoso!

Daniela Andrade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.