quinta-feira, 28 de junho de 2007

Aprendendo o amor

Ele estava deitado de lado no tapete, o corpo todo curvado em posição fetal e comprimia contra o peito uma almofada onde despejava suas lágrimas, sua saliva, o muco que saia de seu nariz e principalmente onde abafava o som agudo do seu choro. Aquele choro desesperador, ininterrupto que parecia vir do fundo de uma alma atormentada, cicatrizada pelas agruras da vida.

No auge de seus dezesseis anos ele experimentava pela primeira vez a dor que movimentava o mundo, a dor de amar. O amor que o inspirara a escrever dezenas de poesias, que o fazia andar pelas nuvens, que lhe apertava o coração sempre que a via sua bela amada, o amor que o encorajou a superar sua timidez e declarar-se era agora o mesmo amor que apertava seu peito, enrugava sua face e deixava-a molhada de lágrimas. As lágrimas da inesperada e indesejada rejeição.

Se ao menos ele tivesse a oportunidade de vislumbrar o seu futuro em alguns anos... ah, se ele tivesse esta oportunidade e fosse capaz de sentir tudo o que se teria passado e adquirir toda a experiência desse tempo de vida vindouro. Com certeza ele aprenderia que o amor destrói mundos, mas que no outro dia está tudo bem.

4 comentários:

Daniela Andrade disse...

o amor um dia acaba [já dizia um sábio maconheiro que conheci na universidade]

e sempre tem aquele dia que você acorda e percebe que nada é assim tão grave

e eu tou escrevendo feito louca

e a hora exata do teu post forma o dia do meu aniversário

e eu acho que já chega

Unknown disse...

A senhorita já está escrevendo o livro e não me falou nada?!?!?!!?!

Uai, a gente ainda tem que sentar num buteco, tomar umas cervejas, matar uns cigarros e discutir idéias... (escolha a ordem dos fatos de acordo com sua vontade...)

Daniela Andrade disse...

não é o livro, são textos aleatórios porque sou uma pessoa desocupada!

e eu acho que você tinha me chamar pra gente matar umas cervejas, discutir cigarros e tomar idéias [escolhi a ordem hehhehe]

me liga!
=**

Unknown disse...

eu fico aqui... ok! a gente nunca vai se encontrar os 3...

a morena se despede dizendo: texto boníssimo!