segunda-feira, 14 de julho de 2008

Tempo perfeito

Sabe, eu tenho essa tendência nata a complicar as coisas. O raciocínio metódico é inerente à minha pessoa. Penso, analiso, calculo, repasso. Faço tudo isso em busca de um resultado não apenas satisfatório, porque de resultados satisfatórios são feitos os homens comuns. Eu busco a perfeição, porque tenho a ambição de alcançar a excelência. Sim, é um anseio deveras ambicioso, mas, por favor, não confunda minha ambição com ganância. São coisas que, se analisadas a fundo, podem ser completamente díspares, e acredito ser esse o meu caso.

Você deve estar se perguntando o porquê de tantos preâmbulos e eu direi agora. Tenho protelado o momento de tomar uma atitude de verdade ao que você tem considerado como "nós". A verdade, é que não existe "nós". Essa junção de duas pessoas em uma só é uma invenção patética dos românticos frustrados do passado. Veja bem, estou explicando o que, para mim, seria o "nós", e ele seria justamente isso: romantismo frustrado. Analisei a fundo essa questão e, depois de tanto pensar, firmei os pés no chão e cheguei à conclusão que tanto para mim, quanto para você deve haver um "eu e você", confesso que chega a parecer uma coisa monstruosa para a maior parte das pessoas, acostumadas a filmes água-com-açúcar veiculados por nossos meios de comunicação que tornam as pessoas cada dia mais acéfalas. Oh, desculpe-me, mas a televisão me enerva.

Bem, quando eu digo que deve haver dentro de um relacionamento o "eu e você", quero dizer que nosso relacionamento é feito por dois indivíduos diferentes, que podem pensar de maneira diferente e tomar decisões individuais. Acho que essa é a solução ideal. "Nós" é muita gente, "eu e você" somos dois indivíduos distintos.

Assim refletindo cheguei também a algumas conclusões no que tange a questões temporais. Eu e você somos duas pessoas com projetos de vida que tendem a serem construídos em torno de um pilar comum, nosso bem estar. O porquê disso? Certamente porque nos conhecemos o suficiente para nos querermos bem, e essa é uma questão que segue unicamente uma lógica passada. Por que eu haveria de gostar de quem você poderia ou não ser? Não tenho essa pretensão futura. Tenho um sentimento construído no passado e nenhum plano pro futuro. Não, não me olhe assim de maneira tão exasperada, não quero comunicar que pretendo terminar o relacionamento, muito pelo contrário, acredito que a conclusão a que cheguei é muito mais interessante do que esse pensamento comodista de quem pensa no futuro.

Os amantes que pensam no futuro fazem planos para futuro, fazem juras de amor eterno e essas outras baboseiras que no final se tornam apenas palavras ao vento. Oras a eternidade é por demais longa e eu tenho quiçá mais uns quarenta anos pela frente. Não, não possuo a eternidade, e ainda se a possuísse enlouqueceria, o momento de vida humano é breve para ser vivido em sua intensidade, e aí chegamos ao ponto que eu queria. Intensidade. Não te prometo amor futuro, porque do futuro eu não sei. O que posso te prometer é o melhor tempo que eu tenho na minha vida: o agora.

Concorda que se vivermos o agora, sem a esperança de um futuro, cada segundo nos parecerá muito mais precioso do que a eternidade que as pessoas prometem como se realmente a tivessem? Então, o que te prometo é o agora, porque agora estou aqui, agora só quero você, agora esse seu sorriso me conquista, porque agora te amo. É tão simples, não sei porque compliquei durante tanto tempo.

2 comentários:

Daniela Andrade disse...

Ai, amor, que texto foda. Foda.

Anônimo disse...

"Agora" � o que importa.
O texto � explendido!