quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Carta para Clariana

Clariana,

Sei que as coisas têm sido difíceis entre nós, se é que eu ainda posso dizer que existe "nós". Essa situação esquisita em que o nosso relacionamento se encontra tem me deixado louco! Tenho pensado noite e dia em todos os acontecimentos de que posso me recordar, lembrando-me dos mínimos detalhes em busca de uma pista qualquer que me indique onde foi que eu errei. Sim, penso desta maneira, que o erro foi meu, porque é fato que eu não vejo nenhum erro de tua parte.

Sempre dedicou-se a mim de corpo e alma, com essa devoção fervorosa quase impossível de se ver nos dias de hoje, e isso conquistou-me e deixou-me mal acostumado. Onde estão as ligações perguntando como estou, onde estou ou o que tenho feito? Teu cuidado me faz falta, assim como faz uma falta imensa aquele brilho especial que eu via em teus olhos sempre que nos encontrávamos, e aquele sentimento de que o peito estava prestes a explodir de saudade, antes mesmo de terminarmos nosso beijo de despedida. Onde está essa Clariana que me conquistou?

Hoje mal me liga, quando nos vemos está sempre dispersa, sempre distante, e quando nos despedimos parece que estou te tirando um peso enorme dos ombros? Por favor, não agüento mais essa situação! Eu pergunto todo santo dia o que está acontecendo e esse teu silêncio me fere mais do que se uma adaga em brasa tivesse sido transpassada em meu coração! Ao menos me dê uma resposta! Tenha ao menos a dignidade de falar que não me quer mais, que eu não sou mais o homem da sua vida, que não quer mais ter filhos e um futuro comigo e todas as outras coisas que sempre disse, mas não me torture mais com a tua indiferença e esse teu silêncio. Se há algo que me fere mais que as tuas palavras é a total ausência delas.

Esta carta é meu último recurso em busca de uma resposta para tudo o que tem acontecido. Quem sabe escrevendo não se solte mais e me conte o que está acontecendo. Por favor, não me negue uma resposta a esta carta. É tudo o que eu te peço: as coisas como elas realmente são, preto no branco.

Beijos,
Marcos Aurélio Damasceno

2 comentários:

Anônimo disse...

Amigo, se tem algo que faz uma pessoa pirar é a tal da indiferença....eu já sofri com a indiferença e já fui indiferente com pessoas que por sua vez sofreram por causa disso...e ai amigo, é uma faca de duas pontas. É lá e cá...... você como indiferente, não consegue pensar em outra forma de agir, e acha que a outra pessoa está procurando chifre em cabeça de burro(em alguns casos). Pra aquela que se sente menospresada, fica aquela angústia e espectativa de resposta e recai sobre si o peso da culpa.

Diante desta situação, tentar remediar é difícil, tentar achar os erros, também é difícil..... o que talvez possa ajudar..... é tentar um novo começo....esquecer de tudo que se passa e que se passou....tentar ser como você estivesse nos primeiros mêses. Não digo pra você esquecer dos erros que possívelmente ocorreram no passado....mas sim que deixe eles aparecerem em momento oportuno, pois estes são bixos aríscos, e quando questionados, se transformam em verdadeiras feras sem solução. Então, o melhor é deixar que o dia-a-dia, a ocasionalidade faça-os aparecer e serem resolvidos como uma problema matemático do tipo 1+1=2.

Muito fera o post! Uma excelente história!

Abraços!

Day disse...

Sua história é interessante o suficiente para que eu possa dizer que já me senti exatamente assim, já tive vontade de falar as mesmas coisas que falou... Me identifiquei bastante com ela...
Mas te falo com toda sinceridade, só o tempo para nos mostrar o real valor que as pessoas tem nas nossas vidas, sejam como companheiros, amigos, ou como uma bela/horrorosa história que poderemos tirar aprendizados muito bons delas...

Fiquei bem Querido!
Beijos