sábado, 10 de maio de 2008

Simplicidade envolvente

Estávamos abraçados. Era noite e estávamos abraçados olhando pela janela, as luzes apagadas, e eu sentia o cheiro dela enquanto o aparelho de som preenchia o ambiente com aquele trip hop relaxante.

Eu fechava os olhos e sentia a textura da pele dela. Lisa, macia, tentadora. Até então a noite havia sido perfeita. Um bom jantar, um bom vinho, sorrisos, abraços, beijos e sexo apaixonado. Não importa quantas vezes você fez sexo na sua vida, quando se faz com sentimento sempre parece ser a primeira vez.

Mordi levemente a orelha dela. Ela passou a mão pelo braço que a apertava contra meu corpo.

- O que faremos agora?
- Não sei. Sei que está sendo muito bom.
- Não me imagino mais sem você.
- Nem eu me imagino sem você. Sem esse abraço, sem esse sorriso...
- Mas você tem que ir embora e eu não posso ir junto.
- Ah, não, amor. Vamos aproveitar o nosso tempo...

Dito isso, virou-se, colocou seus braços em volta do meu pescoço e me beijou.

- Para de pensar nisso, a gente vai dar um jeito.

Simples. Fácil. Tudo para ela parecia ser assim. Ela parecia não se importar com os meandros dos caminhos da vida, com os obstáculos impostos pelo destino. Fascinante essa visão da vida. Uma linha reta: simples e sem interferências. Uma visão tão fascinante quanto perigosa. Não posso negar que fui seduzido por tudo nela, desde sua beleza até sua forma simplista de ver a vida.

Beijei-a de volta, abraçando-a firmemente. Parei e, olhando dentro daqueles olhos encantadores, não pude pensar em outra coisa, além da felicidade de se viver o agora.

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